segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

porque eu corro


(pra ler ouvindo isso)

A minha história com a corrida começou há uns 4 anos atrás, como um complemento a musculação que eu já fazia, ecomo uma tentativa de diminuir o índice de gordura corporal que em mim se concentrava – e ainda se concentra! – todo no abdomen, mas o verdadeiro valor que a corrida veio a ter, eu só descobri depois que participei da primeira competição, uma rústica de 5km.

Até então eu só vinha correndo meus regulares 20 minutinhos na esteira da academia, sempre após meus treinos, e só resolvi competir por incentivo da minha instrutora de musculação da época – obrigado! E, até o dia do evento, eu nem estava certo se queria mesmo participar daquilo... Eu não me preparei nada para a prova: passei a noite anterior toda em claro em um dos meus momentos introspectivos, me sentindo a pessoa mais só do mundo, vendo comédia romântica com a Sandra Bullock – ela estava no filme, não comigo pessoalmente, conflito de agenda! – e preenchendo meu vazio emocional com salgadinho e refrigerante, já convicto que não ia correr rústica porra nenhuma! Até que a instrutora da academia me ligou pela manhã, poucos momentos antes da largada, me convocando, aí eu fui, e eu corri... Posso dizer que eu fui por causa da minha instrutora, mas, no final, completei a prova por mim mesmo.

Não foi fácil... Tava chovendo muito, eu estava completamente despreparado, e em vários momentos eu pensei em desistir e completar o percurso caminhando... Então, me ocorreu os vários outros momentos díficeis que eu tinha passado nos anos anteriores e eu tive um insight – se é que posso chamar de um: “Eu passei por todas aquelas merdas, pra me mixar pra uma corridinha?!” E foi esse o pensamento me impulsionou até o final da prova, completando 5km em menos de 22min, um tempo muito bom, sim, senhor, obrigado, para uma primeira competição, em que eu não me preparei nenhum pouco! E é esse o pensamento que me impulsiona na maioria das vezes que estou correndo...

Eu acabei descobrindo esse valor na corrida... Mais do que um meio de me manter em forma e saudável, correr se tornou algo que representa indepedência e autonomia para mim, pois é uma coisa que eu só dependo de mim mesmo para realizar – e as coisas desse tipo não são muitas na minha vida! –, uma coisa que eu posso me dar o direito de me orgulhar, afinal, é graças ao meu fôlego, a minha resitência, as minhas perninhas finas, que eu saio da largada e consigo correr até a chegada! É também uma forma de eu descarregar toda essa energia que eu tenho – e, acredite, eu tenho muita! – e não sei como direcionar. É catártico, é um modo figurativo de correr de tudo que me faz mal, dos problemas, da solidão, dos corações partidos... Aí depois eu volto para eles, porque disso não dá para correr literalmente mesmo, nem se deve.

E é por tudo isso que eu corro, e não posso mais parar – até porque quando eu paro, eu continuo correndo em sonhos... É uma coisa que me faz muito bem, e dizem que eu devo manter essas coisas que me fazem sentir bem, seguro e livre. E talvez todas essas minhas percepções quanto a correr não passem de efeito de altas doses de endorfinas liberadas após atividades físicas, que eu floreei com o meu jeito romântico de ver as coisas no geral...

Tanto faz! Agora eu tenho que correr!

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